Sete anos depois de uma das apresentações mais marcantes de sua carreira, Kesha ainda carrega sentimentos conflitantes ao relembrar o momento em que subiu ao palco do Grammy Awards de 2018 para cantar “Praying”. Em entrevista à revista PEOPLE, a estrela pop, hoje com 38 anos, abriu o coração sobre a experiência intensa de interpretar a canção enquanto ainda enfrentava uma batalha judicial com o produtor Lukasz “Dr. Luke” Gottwald.
“Foi uma droga”, resumiu Kesha sobre cantar a poderosa balada no auge do turbilhão emocional que vivia na época. A performance, que emocionou o público e viralizou nas redes sociais, foi feita ao lado de grandes nomes como Cyndi Lauper, Camila Cabello, Bebe Rexha, Andra Day e o coletivo feminino Resistance Revival Chorus. “Estar cercada por essas artistas icônicas e me sentir tão apoiada pela minha comunidade de mulheres naquele palco foi tão poderoso. Não só para mim, mas para qualquer outra pessoa que se identifique com qualquer parte da minha história.”
“Praying”, lançada em 2017 como o primeiro single do álbum Rainbow, rapidamente se tornou um hino de superação e resistência. A letra falava diretamente sobre dor, libertação e perdão — uma resposta direta ao sofrimento que Kesha enfrentava nos tribunais e nos bastidores da indústria.
“Subir ao palco do Grammy me trouxe esperança”, diz a cantora. “Foi um momento lindo para mim, perceber que esses outros artistas me apoiam e emprestaram seus talentos incríveis para, literalmente, me apoiar em uma apresentação que foi tão assustadora para mim.”
Um gesto em particular ficou marcado na memória da artista: “Em certo momento, a Cyndi Lauper colocou a mão no meu ombro. Eu realmente me senti muito apoiada naquele momento, num momento em que eu realmente precisava de apoio.”
Apesar do significado simbólico e emocional da performance, Kesha também apontou que a ocasião foi repleta de sentimentos mistos. “Eu ainda estava no meio da confusão. Então, cantar sobre isso enquanto tudo estava acontecendo foi realmente uma loucura, porque era lindo, mas também muito difícil”, confessou. Na época, a apresentação também reacendeu debates sobre o posicionamento do Grammy em relação ao movimento Time’s Up e à falta de ação concreta da premiação diante de denúncias como a dela.
“Tenho algumas emoções complexas em relação a esse [discurso] e a essa apresentação”, admitiu Kesha, que foi indicada naquela noite às categorias de Melhor Performance Pop Solo, com “Praying”, e Melhor Álbum Pop Vocal, com Rainbow. “Mas posso dizer que estou orgulhosa de mim mesma e sou muito grata a todos os outros artistas que me apoiaram. Isso ficará comigo para sempre, até o meu túmulo.”
