A grande magia da produção musical está em explorar gêneros e brincar com diferentes tipos de sonoridades. Por isso, é comum ver artistas se reinventando a todo tempo, apresentando ideias diversas em suas canções e álbuns ao longo dos anos, afinal, todos estamos passíveis a mudanças, inclusive os criadores de música. Neste sentido, a dupla Bone Brotherz tem tirado de letra o aprendizado sobre a evolução e desenvolvimento musical, mantendo seu foco na música eletrônica, é claro, mas explorando outros elementos.
A dupla, formada por Rodrigo Sabongi e Vitor Pereira, ambos médicos e cirurgiões ortopedistas, tem abastecido seu catálogo com faixas que passeiam por diferentes vertentes eletrônicas. No começo da carreira como produtores, no ano passado, eles trabalharam o slap house em “Hold Me Now” e o tech house em “Metronome” e “Get High”. Depois disto, as coisas começaram a mudar: eles passaram a flertar mais com o pop e adicionar elementos brasileiros em suas produções.
Como primeira música com letra em português, composta por Gabriel Elias, Douglas Lacerda e Karan Cavellero, integrantes da banda Atitude 67, “Bora Lá” apresentou sons orgânicos e texturas envolventes, que conversam com a cultura nacional. Embarcando de vez no house melódico, eles encontraram sua identidade, e desde então vêm utilizando-a em diferentes abordagens. “What You Say”, é um exemplo disto, valorizando as melodias da música eletrônica, com um pé lá no afro house. E agora, no início de 2024, eles mergulharam de vez no pop com o lançamento mais recente.
Estamos falando de “Meia Volta”, single lançado em parceria com o ator, cantor e compositor Lucas Pretti, dono de mais de 21 milhões de streams somados. Também com letra em português, composta por Pretti e Júlio Lage, a faixa mostra que é possível combinar este dois universos musicais, que têm mais semelhanças do que muitos pensam.
“O grande público realmente está no pop, querendo ou não, e a gente não pode fechar os olhos e só ficar focado na música eletrônica se quisermos realmente que o gênero cresça cada vez mais e tenha mais adeptos. É interessante ressaltarmos o trabalho do David Guetta, que para nós é um dos maiores artistas de todos os tempos, não só pela qualidade musical, e pela qualidade como produtor e como showman, mas também pelo fato de levar muita gente para o eletrônico. Neste sentido, temos que destacar também outros grandes nomes, como Armin van Buuren e Tiësto, e o próprio Alok no Brasil, com o trabalho de iniciar as pessoas no eletrônico. A gente também quer ter um pouco desse lado de trazer pessoas que desconhecem a música eletrônica e escutam apenas o pop… Pode ser uma porta de entrada para conhecer esse mundo”, comenta a dupla.
“A ideia é justamente essa: agregar cada vez mais público para o universo da música eletrônica, sem preconceitos, e, principalmente, com muita qualidade e sonoridade, trabalhando com outros artistas de outras áreas. E para 2024, deixamos um spoiler: depois de todas essas experiências, vamos voltar agora a focar um pouquinho mais no Afro House e no House Melódico”, finalizam.