Day Limns está de volta com um projeto que mistura poesia, caos e reflexão: “SAUR”, colaboração inédita com o cantor Kawe. O nome, que surge da inversão da palavra “ruas”, representa exatamente o que a artista propõe, um olhar para dentro que reflete o mundo ao redor.
Em entrevista exclusiva ao AgitoPop, a cantora abriu o coração sobre o novo projeto e contou um pouco dos bastidores destes lançamentos que impactaram os fãs.
“Quando eu falo de Saur ser ruas ao contrário, é sobre esse reflexo entre eu e o povo. A minha vivência reflete a vivência das pessoas, e a delas reflete a minha”, explicou Day. O conceito, que nasceu de uma sequência de lançamentos iniciada com Beleza do Caos, evoluiu para um verdadeiro manifesto artístico.
A ideia do título, inclusive, veio quase por acaso: “Quando fomos subir o double single no Spotify, perguntaram se eu queria dar um nome. Aí eu pensei em tudo, capa, clipe, e falei: Saur! Parecia até um grito, uma afirmação.”
A sintonia com Kawe
A parceria entre Day Limns e Kawe aconteceu de forma espontânea, e mágica. “Eu estava escrevendo Ruas Que Eu Andei e o Kawe não saía da minha cabeça. Quando abri o Instagram, o primeiro perfil que apareceu foi o dele. Mandei a guia crua, coisa que eu nunca faço, e ele topou na hora”, contou.
O resultado foi uma troca intensa. “O meu verso é melancólico e poético. Já o do Kawe é brutalmente honesto. Ele fala sobre resistir à violência, e isso me tocou muito. Percebi que, mesmo vindo de mundos diferentes, a gente é atravessado pelas mesmas intensidades de existir.”
A química entre os dois foi tão forte que nasceu a ideia do double single: além de Ruas Que Eu Andei, o projeto também traz Frenesi, faixa baseada em um poema que Day escreveu em 2022. “Eu mostrei Frenesi achando que era só uma curiosidade, mas o Kawe pirou. Ele falou: ‘Deixa eu gravar um verso nessa, essa letra é muito foda!’”, lembrou a cantora, rindo.
“A arte é a voz do inconsciente”
Apesar de ter escrito Frenesi anos atrás, Day sente que a música faz mais sentido hoje do que nunca. “Na época, eu não estava pronta para lançá-la. Ela trazia uma leveza que eu não combinava com o que sentia. Hoje eu vivo Frenesi. A arte é a voz do inconsciente, e depois de um tempo tudo começa a fazer sentido.”
Para a artista, o trabalho marca uma virada em sua carreira: “Eu mergulhei muito em mim nos últimos anos. Agora, quero olhar para fora, entender o que está acontecendo no mundo e como posso contribuir com uma nova perspectiva. A arte tem esse poder de criar no imaginário das pessoas um novo jeito de pensar, de se olhar.”
Música, consciência e conexão
Day também destacou o papel da arte em tempos de pressa e superficialidade: “Nem todo mundo tem tempo de se analisar. As pessoas estão exaustas, o tempo livre vira TikTok. Então, eu quero usar a minha música para gerar reflexão, mas de forma acessível. É sobre criar conexão, comunidade.”
Ao lado de Kawe, ela celebra não apenas o lançamento, mas a troca criativa. “Ele me ensinou a ser mais detalhista. O jeito como ele se importa com cada batida, cada flow, me fez querer ser mais precisa também”, revelou.
Encerrando a conversa, Day resumiu o espírito do projeto: “SAUR é sobre caos, espelho e transformação. É sobre entender que a rua e a alma falam a mesma língua.”
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