Cowboy Carter finalmente está entre nós, o tão aguardado “ACT II”, que marca a entrada da cantora no gênero country. Apesar de ter sido lançado no Brasil apenas à 00h desta sexta-feira (29), o disco chegou às plataformas de streaming primeiramente em diversos países do hemisfério leste, como Austrália e Nova Zelândia, fazendo com que muitos ouvintes compartilhassem suas experiências com o novo projeto de Queen B.
O álbum, contendo 26 faixas, traz um lado da cantora que pouco vimos durante sua carreira. O disco traz diversos feats com grandes nomes da indústria atual, como Miley Cyrus e Post Malone. Além de Shaboozey, Tanner Adell e Willie Jones também colaboram com algumas faixas. A grande estrela do country Dolly Parton também está dentro do novo disco de Beyoncé em um interlúdio.
Apesar de trazer grandes inéditas, o álbum ainda carrega dois forte covers, sendo uma nova versão da majestosa faixa “Jolene”, clássico country lançado por Dolly Parton em 1974, e da faixa “BlackBird”, dos Beatles, canção escrita por Paul McCartney em 1960, inspirada na luta pelos direitos civis dos negros nos Estados Unidos.
ACT I e II: a origem
“Cowboy Carter” é o oitavo álbum de estúdio de Beyoncé. O “Renaissance” terá, ao todo, três partes. A primeira, lançada em julho de 2022, foi indicada na categoria Álbum do Ano do Grammy de 2023. No primeiro ato, Beyoncé foi à pista de dança para reivindicar a origem negra do house, estilo de música eletrônica nascido no início dos anos 1980, numa cena underground feita por e para pessoas negras e LGBT+ de Chicago (EUA).
Seguindo o mesmo raciocínio, o “Act II” vem para desmentir o mito do country como única música popular “branca” dos Estados Unidos. Na década de 20, nas regiões Sul e Sudoeste dos EUA, o country nasceu do cruzamento entre instrumentos europeus (como o violino e a gaita) e o banjo africano. A influência do blues afro-americano também foi fundamental para a construção da sonoridade do estilo.
Porém, ao longo do tempo, a participação negra foi apagada da história do country. O próprio Velho Oeste americano, onde o estilo se consolidou, foi embranquecido por livros e filmes de faroeste, que excluíram do passado milhares de caubóis negros. E o álbum traz exatamente esta estética durante sua mais de 1h de duração, cada faixa faz com que nos sintamos sendo transportados para um filme do Velho Oeste.
Mas ao contrário do que o cinema e a literatura atual conta, o disco nos leva para o verdadeiro passado, o verdadeiro Velho Oeste, onde a cultura negra e seu poder não foram apagados.
Em 2016, quando Beyoncé lançou a música Daddy Lessons, seu primeiro flerte com o ritmo, o Grammy barrou a inscrição da faixa na categoria country. A resistência da indústria fonográfica se repetiu em 2024. Uma rádio no meio-oeste americano se recusou a tocar a faixa “Texas Hold’em”, primeiro single do novo álbum da cantora, alegando serem uma “rádio country” e que o que Beyoncé fazia estava longe de ser música country de verdade.
Beyoncé funkeira
Após fazer uma visitinha especial ao Brasil no ano de 2023, a cantora levou grandes referências das nossas músicas nacionais para o estúdio. Apesar de ser um álbum fortemente country, a Queen B conseguiu encaixar um bom funk no projeto, especialmente na faixa “SPAGHETTII”. Na música, Beyoncé utilizou um sample da música “Aquecimento das Danadas”, produzida pelo DJ O Mandrake. A notícia foi confirmada pelo próprio Mandrake em publicação nas redes sociais.
Tour no Brasil
Apesar de nos ter feito uma rápida visita no ano passado, Beyoncé não chegou a trazer a grandiosa turnê “Renaissance World Tour” ao país, e podemos afirmar que não foi por falta de “COME TO BRAZIL” nas redes sociais e presença brasileira em seus shows. Mas ao que tudo indica, de acordo com diversos insiders,, Beyoncé trará a turnê de seu mais novo álbum “Cowboy Carter” ao Brasil.
Ainda não se sabe se será este ano ou 2025, show solo ou em festival, mas uma coisa é certeira: A beyhive brasileira já está preparada para receber a cantora com os melhores lookinhos de boiadeiras. Será que vem aí Beyoncé feat Ana Castela? A união da maior boaideira do Brasil com a maior do mundo. Bom, sonhar nunca é demais e é o que resta para os fãs de Queen B.
