O Big Brother Brasil é um dos programas com maior índice de audiência na TV aberta, e com isso traz a público temas de extrema importância sobre diversidade e representatividade.
A dinâmica entre camarotes e pipoca vem dando mais evidência e fazendo com que pautas sociais sejam discutidas, até quem não assiste o BBB sabe o que está acontecendo de alguma forma, a informação sempre chega no outro.
O BBB atual que está na sua 23º edição e ainda está na metade e já podemos apontar diversos casos de racimo, um dos Brothers que mais vem sofrendo é Fred Nicácio que além de racismo, sofreu intolerância religiosa, já que o mesmo atua na religião de matriz africana, houveram falas e gestos de Cristian, Gustavo e Key acusando o Dr Fred de “fazer algo” com as mãos enquanto estava parado em frente a uma cama, sendo que na verdade aquela cena Nicácio estava tentando chegar a sua cama, já que a luz de fora atrapalhou sua visão após entrar no quarto escuro, os 3 participantes ainda dispararam que “sentiram a energia”.
Já com Domitila, que sempre é tachada de agressiva, de grossa quando fala, quando coloca algo pra fora ou até mesmo quando briga com outros participantes, Ricardo também foi chamado de agressivo, mas Bruna por exemplo, que sempre é explosiva é visto como apenas “é o jeito dela”.
Fred Desimpedidos chegou a falar que não teria medo de Domitila, mas numa fala bem complicada, quando Larissa pede para que Domi não entre na cabeça dele, Fred dispara “uma mulher dessas?” e depois disse que preferia parar o jogo caso o Brasil quisesse Domitila ainda no jogo, a sister já venceu 5 paredões, será perseguição?
Na última terça (21) se deu início a uma nova dinâmica, a casa do reencontro, Cristian, Key e Gustavo pediram desculpas para Nicácio mas parece que não aprenderam nada sobre racismo, já que Key faz questão de dizer que “minha avó é negra, tenho sangue negro, não me acho racista” e essa frase sobre se achar ou não uma pessoa racista, não cabe a nós, pessoas brancas acharmos, se uma pessoa negra diz que você é, que sua atitude foi racista mesmo quando não há intenção, é porque você foi, e em pleno 2023 ainda precisamos falar muito sobre isso.
Em 2022 no BBB houve uma cena onde Natalia passou por Laís e Eslovênia e as ex sisters imitaram um macaco andando, Natalia só conseguiu falar para si mesma após ver e ouvir o que rolou “Ah, Deus, me dá força”.
Já no BBB 21 tivemos alguns episódios de racismo tanto dentro quanto fora da casa, um desses episódios se deu através do cantor sertanejo Rodolffo que fez um comentário sobre uma peruca que era de uma fantasia de homem das cavernas e comparou com o cabelo do João, a vítima não conseguiu reagir na hora, mas o tema veio a público num jogo da discórdia, ao vivo.
Quando falamos sobre o pós BBB, a cantora Karol Conka apesar de ter feito um documentário, foi nítido a queda em sua carreira, se falamos sempre em dar uma segunda chance para quem errou, porque Karol não faz parte dessa estatística? Uma cantora de extrema importância e militância, Mamacita ainda sofre mesmo depois de alguns anos pós reality. Lumena, uma participante do grupo pipoca chegou a receber fezes em sua casa, mas porque só brancos podem ter segundas e inúmeras chances?
Em 2020 tivemos o Babu como camarote e a campeã Thelma Assis, combater o racismo era a prioridade de ambos, em uma entrevista para o Correio Braziliense Babu falou sobre essa pauta “Essas pautas, essas falas, essa forma de me expressar, foi sempre assim. Porque eu sou preto, eu venho dessas raízes, isso é minha existência. Então eu fico feliz por saber que num programa de tamanha audiência, fomos capazes de debater, levantar assuntos como esse, trazer algum conhecimento e, sem dúvidas, muitas reflexões. Ver Thelma vencer, com certeza, é ver os pretos vencerem, se inspirarem, se agigantarem, mas, claro, há muito o que fazer. Nós ainda somos tratados de forma diferente, os olhares ainda discriminam, as falas ainda machucam, as injustiças ainda existem. ”
Nas redes sociais é possível encontrar diversas mensagens de apoio contra Fred Nicácio, o racismo precisa ser combatido e estamos muito longe disso. Eu não preciso não ser racista, eu preciso ser ANTI RACISTA.
Big Brother a cada edição vem sendo mais difícil de acompanhar, mas acaba sendo necessário, se incomoda quem é preconceituoso, está no caminho certo.