A segunda temporada de Heartstopper estreiou 3 de Agosto de 2023, na Netflix, o fenômeno que se tornou através da primeira temporada, retratando com ternura o romance da juventude. Se propôs explorar temas mais complexos não só da adolescência. Alice Oseman, autora, trás uma experiência caótica, e completamente aconchegante.
O cuidado e forma como é retratada a segunda temporada, nos coloca de frente com dilemas de cada personagem, que sem exceção sofrem: relações conturbadas com familiares; distúrbio alimentares e saúde mental e a homofobia extremamente presente, que ocorre de maneira gradativa durante a temporada, que está interligada ao avanço do relacionamento entre Nick (Kit Connor) e Charlie (Joe Locke).
Enquanto ao fim da primeira temporada, quando Nick assume para a mãe, Sarah (Olivia Colman), ser bissexual ela o recebe de braços abertos. Agora, precisa lidar com a realidade, Nick encara o irmão homofóbico e o abandono do pai. Enquanto Charlie, enfrenta os traumas de uma cicatriz recente . Juntos, constroem a confiança de encarar suas dores, e a indecisão de quando será o melhor momento para assumir publicamente como casal. Simultaneamente temos o transtorno alimentar, onde Charlie recebe pouco mais de foco, a depressão voltada para o contexto das pessoas da comunidade LGBTQ+.
Temos de volta o Tao (William Gao) e Elle (Yasmin Finney), com uma relação peculiar, entre amizade e romance que se desenvolve em mais camadas apesar dos desafios e a complexidade de revelar seus sentimentos de forma ingênua e natural. Elle, apresenta a transexualidade, de maneira leve e de longe adota esferas sofridas e pessimistas, o que a distingue da realidade que conhecemos. Isaac (Tobie Donovan), apaixonado por livros, tem um desenvolvimento em uma jornada interna de autodescoberta, que enriquece a narrativa envolta da personagem, assim como Darcy (Kizzy Edgell), que tem uma dura situação familiar. Personagem cativante e assumidamente lésbica vive uma outra realidade dentro de casa.
A adaptação das HQ’s para TV é notável, acompanhar o amadurecimento e o desenvolvimento de cada personagem, nos leva a refletir as expectativas e complexidade da amizade, retrata de maneira realista e sensível independente da sexualidade, mostrando que as experiências são universais. Heartstopper tem a capacidade de tocar os corações com uma história única de uma jornada de autodescoberta e crescimento na adolescência, nos faz enxergar de forma positiva, e como encontramos a nossa felicidade, sem viver no imaginário, e que o mundo não é um conto de fadas, mas que é possível colori-lo mesmo diante das adversidades.